Na semana passada eu terminei de ler mais um livro, "O código da inteligência", de Augusto Cury. Não poderia deixar de compartilhar um texto, dos vários que destaquei (depois eu posto outras partes que gostei, mas vou me policiar para não acabar escrevendo todo o livro aqui, rs).
Chorei muito quando li essa parte porque não pude deixar de pensar como filha, quando ainda solteira, queria mais espaço, crescer, ter mais liberdade, não entendia o porquê de tanto cuidado os meus pais tinham comigo. E também pensei como mãe, onde abri mão de tantas coisas, tantas oportunidades para criar meus filhos, tendo cuidado, amor, dedicação e, só de pensar que algum dia eles irão embora, isso me angustia. O que me conforta é que eu estou preparando meus filhos para sobreviverem a esse mundo tão contrário em si. Estou dando o meu melhor, como os meus pais assim o fizeram por mim.
Eis aí o texto que separei. Espero que aproveitem.
Nada é mais belo do que ter filhos. Nada é mais gostoso do que um abraço, um beijo, uma simples frase dizendo “eu te amo”. Mas o tempo passa, passa a vida e eles criam asas e percorrem outros ares. Entediados, os pais experimentam a síndrome do ninho vazio.
Deram-se, amaram e se preocuparam tanto com seus filhos, mas eles nem sempre saíram como sonharam. Alguns se drogaram ou adquiriram outros transtornos, ou tornaram indiferentes e ainda outros não aprenderam a pensar no amanhã: gastam compulsivamente.
Porém é necessário deixar os filhos caminharem com suas próprias pernas. Nós recolhemos a pena e o papel para que eles escrevam a sua história. Nós deixamos de superprotegê-los, para que saiam de nossa sombra e conquistem segurança.
Muitos filhos só irão reconhecer a grandeza de seus pais quando os sofrimentos diminuírem o heroísmo deles, quando baterem asas de encontro às adversidades. É necessário deixa-los voar para que aprendam a viver. (Pág. 105)
Para quem não conhece o que é a síndrome do ninho vazio, destaquei esse texto:
Quais os sintomas da Síndrome do ninho vazio?
(Artigo do site da Revista brasileira de estudos interculturais)
De acordo com Silvia Brasiliano, os sintomas variam em cada caso. As diferentes formas de ausência dos filhos podem deixar os pais apreensivos, tristes ou solitários. Além disso, junto com a sensação de vazio e inutilidade, podem surgir crises de ansiedade, angústia, dificuldades no dia-a-dia, crises depressivas e problemas psicossomáticos antes inexistentes. É importante estar atento, uma vez que nem sempre fica claro para quem está passando por esta fase de que esses sintomas estão ligados à síndrome. É comum também que alguns pais passem a cuidar dos filhos como se fossem crianças, em uma tentativa ilusória de mantê-los por perto, o que pode gerar conflitos ou problemas de comportamento dos mesmos.
O primeiro passo a ser tomado é reconhecer a situação. A saída dos filhos de casa é um momento natural, uma crise que faz parte da vida, assim como o nascimento, a adolescência, a maternidade, a menopausa e o envelhecimento. É importante perceber que esta crise não é necessariamente ruim, mas apenas uma mudança que deve ser vivida com equilíbrio. A redescoberta de outras fontes de prazer e a dedicação a novos projetos – como voltar a estudar, a trabalhar ou praticar atividades físicas – são fundamentais para enfrentar o problema. É preciso observar que não se trata de preencher o ninho, senão a tendência será que ele esvazie novamente. Na verdade, nada poderá substituir a saída dos filhos. O importante é entender que uma etapa foi concluída e uma nova está começando. Assim é preciso encarar esse momento como uma mudança de fase e como em toda a mudança, um novo equilíbrio deve ser construído.
O segundo passo é buscar novos sentidos e oportunidades, o que significa muito mais do que uma atividade para preencher o tempo, solução em que muitos maridos acreditam como resposta para suas esposas.
“Com a partida dos filhos, a energia dos pais investida na criação deles se dissipa. Para se adaptar às mudanças, é importante aceitar a dor e identificar outros desejos, tentar dar novos sentidos para o futuro. Ignorar os sintomas pode acarretar danos à própria saúde” diz o psicólogo Roberto Martins. Ele próprio sentiu ao ver três filhos crescerem e saírem de casa. Mas o período em que ocorre a síndrome não é feito só de tristeza. “Seus efeitos, em geral, se misturam à alegria de ver os filhos independentes, entre outras”, conta.
http://ethnic.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=40
Deus nos presenteou com uma vida para amarmos, cuidarmos, educarmos e, quando o tempo chegar, libertarmos. Sei que muitos pais tem medo do que poderá acontecer aos seus queridos filhos, porém não é prendendo que ele será livre. Nós criamos os filhos para o mundo e não para nós. Muitos pais criam os filhos para si, para terem companhia, trabalho braçal gratuito. Assim você estará criando pessoas indefesas, e quando chegar o tempo em que não estará mais presente na vida dele, como ele se defenderá se você não o permitiu praticar?
Cair, às vezes, é necessário para se aprender a levantar.
Uma dica? Ame os seus filhos, não só com palavras vazias, mas também com ação. Eles nunca esquecerão do carinho que receberam e nem do exemplo que vivenciaram.
Sejam exemplo.
Pronto, falei!
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